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Porsche Cayman S no Caramulo
Sábado o sol resolveu continuar a brilhar pelo que a seguir ao almoço só havia uma coisa a fazer... segue para o Caramulo!
A cerca de 1 hora é das melhores opções que conheço, com a fantástica estrada serpenteante até lá acima. Esta foi a 1ª viagem em que ia testar mais a sério o "envelope" de capacidades do CS: Uma parte de rodagem em AE a velocidades de cruzeiro seguido de uma mudança radical para uma exigente estrada de montanha até ao cimo e voltar, terminando na viagem de regresso para "destilar" a experiência. Uma combinação perfeita para avaliar a versatilidade do Cayman.
Antes de tudo há que ligar a ignição. E realço isto porque é sempre um evento. Ouvir o motor de arranque a fazer o seu trabalho e a explosão do 6 cilindros para a vida vai ser fonte de sorriso permanente. Eu adoro este carro...
A rolar em AE confirma como é um óptimo companheiro, sempre comunicativo mas a permitir relaxar o suficiente para simplesmente se ir a usufruir do fantástico ambiente do habitáculo e do prazer de rodar. A esta velocidade o PASM em modo normal encaixa como uma luva, continua a sentir-se o que se passa na estrada e a solidez do conjunto mas corta as arestas que em percursos maiores só iam desgastar. O barulho metálico e grave do motor sempre presente mas sem "moer", como uma sinfonia clássica a tocar de fundo. De vez em quando faz-se umas passagens de caixa para variar o andamento e simplesmente ouvir um breve ronco do boxer.
Após algum tempo ai está a saída para Oliveira de Frades. Uma rotunda e não há que esperar, entra-se logo num maná de curvas e contracurvas. Como não se pode adorar o Caramulo?
E nesta parte do percurso vou realmente experienciar porque este é um dos grandes driver's car da actualidade...
A partir do momento em que se começa a "atacar" uma estrada a mudança de personalidade do carro é imediata. A precisão dos comandos, a velocidade de resposta do motor e a agilidade do chassis não dão um segundo de tréguas, o fiel companheiro agarra-nos agora pelos colarinhos e exige atenção total. Não que se sinta que é um carro que não perdoa erros (nota-se que está pronto para absorver alguns excessos que possam acontecer) mas a precisão que exige dos inputs do condutor para que o progresso não seja "trapalhão" é notória.
Apesar de limitado a 4K rotações (com alguma folga pontualmente) descobre-se que nestas estradas não é razão para frustração. A elasticidade do motor é grande e como tiro grande prazer do trabalho de caixa entro facilmente num ritmo que se encaixa perfeitamente com os limites da rodagem e que a segurança em estrada exigem.
Começando pela caixa: relembro que tenho a caixa de curso desportivo que como o nome indica tem um curso muito curto o que exige maior cuidado pois tudo acontece mais rápido. As mudanças engrenam num "click" e as relações de caixa também são curtas, isto combinado com a baixa inércia do motor e a precisão dos pedais exige um jogo de pés desenvolto. Agora com o modo sport do pacote "sport-chrono" activado a dinâmica do carro fica "hardcore", o PASM em modo de máxima firmeza constante, o controle de estabilidade (PSM) mais permissivo e a resposta do acelerador mais imediata. Nos pontos de travagem tudo é comprimido numa bola de energia , ponta tacão, subida instantânea de rotações e descida igualmente imediata, qualquer falha na intensidade dos inputs é revelada sem piedade. Como posso descrever? Ouve-se o "Brrrap!" "Brrrap!", o roncar do motor a ser interrompido pelo berrar instantâneo da subida/descida de rotações e sei que toda a operação tem de ser feita já por instinto. O prazer é supremo!
Como o "H" da caixa é muito compacto também é preciso ter especial atenção para não engrenar a velocidade errada. O único erro que cometi foi passar de 4ª para 5ª (em vez de 3ª), cautela adicional para não permitir reduções catastróficas, mas no processo de passagem o cérebro regista e toca a repetir um blip no acelerador e corrigir. Não há tempo para pensar, só reagir e corrigir!
A direcção revela a mesma precisão dos outros comandos, não há zona de folga no centro, o feeling é muito bom e a carga em curva obriga agora a uma condução muito "física", o peso aumenta radicalmente e embora o aperto dos bancos liberte qualquer esforço do tronco (vai-se literalmente encaixado) os braços e ombros não são poupados. O movimento mínimo da direcção a telegrafar as ondulações do asfalto é uma revelação para quem, como eu, sempre viveu numa dieta FWD.
Passando pelas povoações a ritmo obviamente lento dá tempo para respirar e o túnel de visão aumenta para te aperceberes de alguns olhares incrédulos e/ou entusiasmados dos locais. Uma flecha de prata no meio da montanha tem sempre presença...
Os travões fazem juz ao seu nome mas não são perfeitos. Talvez o curso mais curto e maior dureza os tornasse perfeitos. Pelo que tenho lido de gerações mais antigas, os 993 por exemplo têm o pedal duríssimo, o que será mais da minha preferência. De qualquer forma o "feel" é muito bom e ainda só tinham 400 kms pelo que falta alguma utilização para chegarem ao ponto ideal. Que os "óculos cor de rosa" não me toldem a mente ao avaliar o carro!
Umas lombas aparecidas do nada, pintadas de preto, resultam num momento de maior comoção, felizmente sem nenhuma pancada brusca. A velocidade era reduzida mas o tamanho era tal que a passagem tinha de ser mesmo a 0.1 kms hora. Foi a única vez em que senti o ABS a intervir, pé a fundo no pedal para cortar ao máximo a velocidade. Ainda passei a rolar mas já muito lento, talvez os PCCB tivessem dado para parar em absoluto. 10000€ terão as suas vantagens!
Mais para o final sigo mesmo em ritmo lento durante um bom tempo para a mecânica serenar e algures perto do topo procuro um espaço para parar o carro e tirar umas fotos. Ao desligar o motor, as emoções vêem em torrente é um estado de euforia/alegria indescritível.
A cerca de 1 hora é das melhores opções que conheço, com a fantástica estrada serpenteante até lá acima. Esta foi a 1ª viagem em que ia testar mais a sério o "envelope" de capacidades do CS: Uma parte de rodagem em AE a velocidades de cruzeiro seguido de uma mudança radical para uma exigente estrada de montanha até ao cimo e voltar, terminando na viagem de regresso para "destilar" a experiência. Uma combinação perfeita para avaliar a versatilidade do Cayman.
Antes de tudo há que ligar a ignição. E realço isto porque é sempre um evento. Ouvir o motor de arranque a fazer o seu trabalho e a explosão do 6 cilindros para a vida vai ser fonte de sorriso permanente. Eu adoro este carro...
A rolar em AE confirma como é um óptimo companheiro, sempre comunicativo mas a permitir relaxar o suficiente para simplesmente se ir a usufruir do fantástico ambiente do habitáculo e do prazer de rodar. A esta velocidade o PASM em modo normal encaixa como uma luva, continua a sentir-se o que se passa na estrada e a solidez do conjunto mas corta as arestas que em percursos maiores só iam desgastar. O barulho metálico e grave do motor sempre presente mas sem "moer", como uma sinfonia clássica a tocar de fundo. De vez em quando faz-se umas passagens de caixa para variar o andamento e simplesmente ouvir um breve ronco do boxer.
Após algum tempo ai está a saída para Oliveira de Frades. Uma rotunda e não há que esperar, entra-se logo num maná de curvas e contracurvas. Como não se pode adorar o Caramulo?
E nesta parte do percurso vou realmente experienciar porque este é um dos grandes driver's car da actualidade...
A partir do momento em que se começa a "atacar" uma estrada a mudança de personalidade do carro é imediata. A precisão dos comandos, a velocidade de resposta do motor e a agilidade do chassis não dão um segundo de tréguas, o fiel companheiro agarra-nos agora pelos colarinhos e exige atenção total. Não que se sinta que é um carro que não perdoa erros (nota-se que está pronto para absorver alguns excessos que possam acontecer) mas a precisão que exige dos inputs do condutor para que o progresso não seja "trapalhão" é notória.
Apesar de limitado a 4K rotações (com alguma folga pontualmente) descobre-se que nestas estradas não é razão para frustração. A elasticidade do motor é grande e como tiro grande prazer do trabalho de caixa entro facilmente num ritmo que se encaixa perfeitamente com os limites da rodagem e que a segurança em estrada exigem.
Começando pela caixa: relembro que tenho a caixa de curso desportivo que como o nome indica tem um curso muito curto o que exige maior cuidado pois tudo acontece mais rápido. As mudanças engrenam num "click" e as relações de caixa também são curtas, isto combinado com a baixa inércia do motor e a precisão dos pedais exige um jogo de pés desenvolto. Agora com o modo sport do pacote "sport-chrono" activado a dinâmica do carro fica "hardcore", o PASM em modo de máxima firmeza constante, o controle de estabilidade (PSM) mais permissivo e a resposta do acelerador mais imediata. Nos pontos de travagem tudo é comprimido numa bola de energia , ponta tacão, subida instantânea de rotações e descida igualmente imediata, qualquer falha na intensidade dos inputs é revelada sem piedade. Como posso descrever? Ouve-se o "Brrrap!" "Brrrap!", o roncar do motor a ser interrompido pelo berrar instantâneo da subida/descida de rotações e sei que toda a operação tem de ser feita já por instinto. O prazer é supremo!
Como o "H" da caixa é muito compacto também é preciso ter especial atenção para não engrenar a velocidade errada. O único erro que cometi foi passar de 4ª para 5ª (em vez de 3ª), cautela adicional para não permitir reduções catastróficas, mas no processo de passagem o cérebro regista e toca a repetir um blip no acelerador e corrigir. Não há tempo para pensar, só reagir e corrigir!
A direcção revela a mesma precisão dos outros comandos, não há zona de folga no centro, o feeling é muito bom e a carga em curva obriga agora a uma condução muito "física", o peso aumenta radicalmente e embora o aperto dos bancos liberte qualquer esforço do tronco (vai-se literalmente encaixado) os braços e ombros não são poupados. O movimento mínimo da direcção a telegrafar as ondulações do asfalto é uma revelação para quem, como eu, sempre viveu numa dieta FWD.
Passando pelas povoações a ritmo obviamente lento dá tempo para respirar e o túnel de visão aumenta para te aperceberes de alguns olhares incrédulos e/ou entusiasmados dos locais. Uma flecha de prata no meio da montanha tem sempre presença...
Os travões fazem juz ao seu nome mas não são perfeitos. Talvez o curso mais curto e maior dureza os tornasse perfeitos. Pelo que tenho lido de gerações mais antigas, os 993 por exemplo têm o pedal duríssimo, o que será mais da minha preferência. De qualquer forma o "feel" é muito bom e ainda só tinham 400 kms pelo que falta alguma utilização para chegarem ao ponto ideal. Que os "óculos cor de rosa" não me toldem a mente ao avaliar o carro!
Umas lombas aparecidas do nada, pintadas de preto, resultam num momento de maior comoção, felizmente sem nenhuma pancada brusca. A velocidade era reduzida mas o tamanho era tal que a passagem tinha de ser mesmo a 0.1 kms hora. Foi a única vez em que senti o ABS a intervir, pé a fundo no pedal para cortar ao máximo a velocidade. Ainda passei a rolar mas já muito lento, talvez os PCCB tivessem dado para parar em absoluto. 10000€ terão as suas vantagens!
Mais para o final sigo mesmo em ritmo lento durante um bom tempo para a mecânica serenar e algures perto do topo procuro um espaço para parar o carro e tirar umas fotos. Ao desligar o motor, as emoções vêem em torrente é um estado de euforia/alegria indescritível.